quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Eterna Insatisfação do Ser Humano


Como é difícil agradar o ser humano. Todos têm uma dificuldade, qualquer que seja a sua extensão.
A insatisfação, cremos nós, reside na eterna busca do ser humano por algo maior e melhor, naquilo que é a sua concepção. E não falo em uma busca de felicidade, mas refiro-me a bens materiais. Em função disso, quando se tem uma pequena casa, quer-se uma casa maior. Tem-se determinado modelo de carro e quer-se um melhor, mais luxuoso. Nada parece agradar as pessoas.
A vida simples, inundada de tantas oportunidades de sorrir e ser feliz, parece não ter mais nenhum significado para as pessoas. Se a pessoa não está estudando para algum concurso público, algo de errado está acontecendo. Se não está trocando de carro, algo não vai bem. E por aí vão tantos exemplos.
É necessário que nos importemos mais com as coisas espirituais que com as materiais. Ter dinheiro é muito bom, gastá-lo é ainda melhor. Mas dinheiro não é tudo. Quando se fala isso, sempre aparece um engraçadinho e diz: “me dá o seu dinheiro e vai ser feliz!”, não que eu o tenha. Não é o caso, não é a proposta.
Precisamos buscar o prazer e a felicidade nas pequenas e singelas coisas. Num olhar, num cumprimento, num aperto de mão, num abraço carinhoso. O que importa é vermos motivos para nos alegrar com aquilo que está a nossa volta.
A forma de vermos as situações e a leitura que fazemos de cada uma delas faz muita diferença no final das contas. Muitas são as oportunidades de sermos felizes desperdiçadas diariamente. A preocupação com as coisas grandes é que nos tira o prazer das pequenas. E essa preocupação altera até mesmo a nossa forma de ver o que está ao nosso redor.
Hoje em dia, quem não tem internet é, para alguns, um lunático. Quem não tem um “orkut”, pobre coitado que é. E por aí vai.
Trabalhei com uma pessoa que não tinha sequer computador e demonstrava o seu repúdio pelo dito aparelho. Celular nem se fala. Inicialmente, estranhei aquela conduta, porque imaginei em minha pobre mente que aquele camarada estava afastado de tudo. Mas, ao conhecê-lo, pude perceber tratar-se de uma pessoa extremamente culta e singela, apesar da função que exercia.
Devemos frear nosso consumismo exacerbado. Concentrar nossas energias em fazermos as coisas mais simples e nos contentarmos com elas.
Sem a pretensão de ser machista, as mulheres são um bom exemplo da falta de contentamento com tudo. As gordinhas querem emagrecer, as magrinhas querem ter seios fartos e, quando se sentem gordinhas, entram em pânico. As de cabelo curto o querem grande, as de cabelo grande acham que o cabelo não está bem, falta brilho etc.
Os homens também não ficam para trás. A maioria está sempre querendo mudar de carro, celular e tantas outras besteiras. Basta ser lançado algo novo, entendido como inovador, para que se queira comprá-lo.
Tudo se resume na falta de satisfação. Nunca estamos satisfeitos com o que temos ou fazemos.
Precisamos tomar cuidado. A vida passa tão rápido, que, quando percebermos, já não dará mais para voltar.
A Bíblia Sagrada nos ensina que O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar (Mateus 24:35)”.
Também está escrito Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade (Eclesiastes 1:2)”.
Aí, será tarde demais. Só nos restará cantar a canção do Titãs, Epitáfio, “... eu queria ter...”.

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